sexta-feira, 9 de abril de 2010

1966, 1988, 2010...







Sempre houve e haverá chuvas torrenciais no Estado do Rio de Janeiro. Por uma razão simples como o sul e sudeste asiático aqui vivemos sob um clima de monções. Não exatamente e tão evidente como lá. Enquanto os asiáticos têm uma concentração maior de chuvas e a aproveitam para tirar benefícios econômicos, por aqui, apenas acumulamos prejuízos.




Vendo as notícias nos telejornais sensacionalistas, não temos como nos entristecer. Porém, apesar dos geólogos, climatologistas, engenheiros e planejadores urbanos de plantão os noticiários se esquecem de dizer o mais importante: tudo isso é fruto de uma péssima educação em todos os sentidos da palavra educação.



Por exemplo, nenhuma civilização pré-histórica ou pré-citadina abria mão da proximidade de um rio e de alguns morros. Pelo simples motivo de garantir os víveres, aqueles bens essenciais para a sua sobrevivência, como água para beber, animais que visitam regularmente o curso de água e que serviriam de caça, um lugar alto para servir de observatório para evitar surpresas de bandos rivais, e também para fuga das cheias destes rios.



O que vemos hoje é que o progresso danificou os neurônios do homo-sapiens e ele simplesmente se esqueceu destes pequenos detalhes de sobrevivência, a saber: evitar ocupar a margens dos rios para não espantar sua caça e também devido as cheias; evitar ocupar os declives e aclives, pois estes servem para escoamento de água e detritos morro abaixo e por fim, nunca se estabelecer em um local abaixo demais do nível do mar e acima demais que não haja tempo de descer em caso de algum transtorno.

Some-se a isso o fato que o homo-citadinus criou o progresso e com ele veio o lixo e com o lixo vieram as soluções mágicas de fazê-lo sumir, como por exemplo, jogá-lo nos rios ou enterrá-los de preferência naqueles lugares em que os homens das cavernas não usariam de jeito nenhum, as planícies, as margens dos rios, o sopé de morros, os aclives e os decliveis. Lixo se decompõe e gera substratos, líquidos e gases perigosos para o homem e para o meio ambiente.



Foi essa falta de educação geral, das classes A, B, C, D e E da população e da classe política em geral, além da inação dos cientistas, que resultou nesta tragédia, mais uma que assolou o povo fluminense. Tudo seria evitado se pensássemos como os prés. Ou seja, sem ocupar os lugares baixos demais, inclinados de mais, alto de mais, encharcados demais, etc. Também se pensássemos duas vezes antes de descartar os nossos lixos, como o fazemos em lixões, aterros sanitários saturados e nos rios e lagos espalhados por aí.



Em suma, resta-nos a dor pelas perdas humanas...

Perdas estas que poderiam ser evitadas se houvesse educação neste país.

Em tempo: Alguém já atentou para a triste coincidência de a cada 22 anos ocorrer um extremo climático na capital carioca, ou só eu que percebi isso?

MSN

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