sábado, 12 de novembro de 2011

Por uma convivência plena...

Sou favorável ao voto nulo e sempre prego esse protesto como forma de tentar mudar a maneira de os políticos verem a política. Mas eu gostaria muito de votar em alguém. Queria alguém com propostas para reduzir o impacto que os animais abandonados e os de rua estão causando na saúde da população.

Vejo campanha contra a dengue, mas não vejo campanhas pra vacinar e castrar os animais domésticos, nem de tirar os abandonados da rua e castrar e vacinar. Se não começarmos já a tirar esses bichanos da rua, fazer o que disse acima e arrumar um lar pra eles em breve a situação estará muito pior.

Também não vejo ninguém se manifestar contra as pragas que viraram os pombos (que causam mais doenças do que rato e barata). Não sou a favor de sacrificar animais, mas como educador, acho que necessitamos de educação ambiental e conscientização dos humanos para evitar que se proliferem esses problemas acima citados.

Eu se pudesse estar na câmara, levantaria essa bandeira, mesmo não sendo do Partido Verde, que, diga-se de passagem, esqueceu-se da sua origem. Hoje o PV fala de tudo, menos do que diz respeito a um meio ambiente salutar, onde nós, os demais animais e as plantas possamos dividir espaço sem que um cause dano aos outros. Doutrinar essa convivência é simples e bastaria que todos os humanos respeitassem a natureza e as leis que a protegem.

As Leis pra isso tudo já existe. Falta por em prática. Poderia ser criado um grupo com integrantes de algumas áreas como controle de zoonose, bombeiros, saúde, educação, sec. esp. de prot. aos animais, além de estagiários de veterinária e ciências ambientais para fazer o trabalho descrito acima. Não seria preciso criar novas secretarias e nem de mais leis. Mas 'eles' adoram isso, criar leis e secretarias, não é?

Sendo assim, continuaremos a ser o animal superior em tese, que se comporta como o inferior na prática.

Não deixe de clicar: http://www.guiadoscuriosos.com.br/categorias/5136/1/voto-nulo.html

terça-feira, 27 de setembro de 2011

SIMULADÃO: 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO (EJA) – PROF° CARLOS

1- É a ciência e a arte de se representar a superfície terrestre por mapas, cartas e plantas. Dividida em duas vertentes básicas: a sistemática e a temática. Hoje é feita através de fotometria e de sensoriamento remoto por satélite e computadores. Fornece os mapas, fundamentais para a geografia. Estamos falando de:
(A) Cosmologia
(B) Cartomancia
(C) Climatologia
(D) Cartografia

2- Traçados de linhas numa superfície plana, que representam os paralelos e os meridianos. Para representar a esfericidade em um mapa plano, ocorrem certas deformações no desenho. Quanto maior a superfície mapeada, mais a curvatura da Terra apresentará distorções. Estamos falando de:
(A) Escala Cartográfica
(B) Coordenadas Geográficas
(C) Projeções Cartográficas
(D) Símbolos Cartográficos

3- Mantém a proporção com o objeto representado no mapa. Pode ser numérica ou gráfica. Estamos falando de:
(A) Escala Cartográfica
(B) Coordenadas Geográficas
(C) Projeções Cartográficas
(D) Símbolos Cartográficos

4- Camada logo abaixo da crosta, formada por vários tipos de rochas em estado pastoso que recebem o nome de magma. Esta camada é a:
(A) Crosta Terrestre ou Litosfera
(B) Manto
(C) Astenosfera
(D) Núcleo

5- Compreende a parte central do planeta, formado por metais como ferro e níquel em altíssimas temperaturas. Esta camada é a:
(A) Crosta Terrestre ou Litosfera
(B) Manto
(C) Astenosfera
(D) Núcleo

SIMULADÃO: 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO (EJA) – PROF° CARLOS

1- Média de habitantes por quilômetros quadrados, divisão da população absoluta pela área de um local. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

2- Número de crianças nascidas para cada grupo de mil pessoas. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

3- Número de mortes em grupos de mil pessoas ocorridas em um ano em relação ao total da população. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

4- Diferença entre a taxa de natalidade e a de mortalidade, em porcentagem, é a única forma de crescimento ou redução da população mundial. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

5- Ação do governo em estimular ou dificultar novos nascimentos. Complementação salarial para auxílio aos pais que têm mais filhos ou aumento de impostos para os jovens de uma certa idade que ainda não tenham filhos, são políticas natalistas. Sobretaxas de imposto para pais que têm mais filhos ou políticas diretas de controle da natalidade como liberação do aborto ou distribuição de anticoncepcionais, são políticas antinatalistas. Estamos falando de:

(A) Planejamento familiar
(B) Densidade demográfica
(C) Política demográfica
(D) Controle de natalidade

6- Tentativa de controlar o número de filhos, usando-se métodos de contracepção, para evitar a gravidez, ou a esterilização, de modo definitivo e o “aborto”. Estamos falando de:

(A) Planejamento familiar
(B) Densidade demográfica
(C) Política demográfica
(D) Controle de natalidade

SIMULADÃO: 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO (EJA) – PROF° CARLOS

1- É o processo de mundialização da economia. Estamos falando de:

(A) Globalização
(B) Revolução Industrial
(C) Grandes Navegações
(D) Cruzadas

2- Estuda o desenvolvimento territorial, a distribuição demográfica e a riqueza dos países; a política e os fenômenos sociais; vê o estado segundo o espaço. Estamos nos referindo a:

(A) Geopolítica
(B) Geografia política
(C) Geografia econômica
(D) Geografia agrária

3- Estuda as relações internacionais vê o espaço segundo o estado. Estamos nos referindo a:

(A) Geopolítica
(B) Geografia política
(C) Geografia econômica
(D) Geografia agrária

4- Pessoas que trabalham em um dos setores formais da economia ou que estão a procura de emprego. Subdividi-se em desempregados e população ocupada. Estamos falando de:

(A) PEA (População Economicamente Ativa)
(B) PEI ou PNEA (população Economicamente Inativa)
(C) PIB (Produto Interno Bruto)
(D) IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

5- Pessoas que não estão empregadas como crianças, velhos, deficientes, estudantes, etc., ou que não exercem atividades remuneradas como donas de casa. Estamos falando de:

(A) PEA (População Economicamente Ativa)
(B) PEI ou PNEA (população Economicamente Inativa)
(C) PIB (Produto Interno Bruto)
(D) IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A FALTA DE LIDERANÇA E A ‘NOVA’ CRISE

Ultimamente vivemos sempre afetados por rumores de crises sistêmicas do Capitalismo. De fato, o Capitalismo moderno é bem mais suscetível à crises do que os que o sucederam.



Em 1929, houve o Crash da Bolsa de Nova Iorque, que acabou contaminando todo o mundo em questão de meses. Hoje, a contaminação ocorre em tempo real. Além do mais, com o aperfeiçoamento da Globalização da economia e dos aportes de capitais voláteis de um lado para o outro acaba facilitando todo tipo de especulação, o que invariavelmente leva às crises.



O que mais preocupa nesse momento não é a crise em si, e sim a falta de lideranças positivas no mundo atual. Antes havia um John Maynard Keynes e um Roosevelt, nos Estados Unidos, além de vários outros espalhados pelo mundo, como Getúlio Vargas no Brasil, que apesar de populista foi essencial na formatação do capitalismo tupiniquim.

Barack Obama mostrou-se fraco em relação aos assuntos internacionais. E pusilânime quanto nos internos. Pelo fato de não se impor perante o Congresso americano, acabou fortalecendo a oposição e muitos nos Estados Unidos já aventam com a possível volta da era Bush, o que nos dá verdadeira ânsia de vômito.



Na Europa ocorre o mesmo, Angela Merkel também não tem total controle do seu partido, muito menos da política alemã. O Reino Unido às voltas com todo tipo de ingerências, sem líderes que possam fazer algo de positivo. A França vive o dilema dos imigrantes necessários, além da carga horária de trabalho reduzida, o que engessa o país. Itália com o câncer chamado Mussolinni, opa, Berlusconni. São muitas más lideranças, ou liderança nenhuma.



Creio que os Estados Unidos não quebrarão, não ainda. Também estou convencido que a União Europeia sobreviverá a sua maior provação desde a inauguração. E o Brasil, bem, o Brasil tem mais com que se preocupar. A crise aqui não é financeira. É moral!

domingo, 29 de maio de 2011

NÓS, O BOLSONARO E OS GAYS...



Graças àquele filhote da ditadura, o senhor Jair Bolsonaro, temos hoje que aturar todo tipo de vã discussão acerca da sexualidade alheia, não que eu seja contra qualquer manifestação pacífica de qualquer que seja a motivação, quer sexual, quer racial ou econômica.





O problema é que as minorias agora conseguem mais notoriedade e de maneira rápida, tudo por conta de alguns preconceituosos que no afã de esmagar a minoria deram, de mão beijada, as armas que tanto precisavam. Se não houvesse idiotas (e parecem que são maioria, pelo menos na TV), as minorias seriam tratadas e respeitadas sem tanto alarde.







Agora, a nova celeuma é em relação ao kit gay que será distribuído nas escolas (não é um kit composto de camisinha e ky, e sim um material anti-homofobia). Considero essa questão da sexualidade algo que deveria ser restrito às famílias. As escolas brasileiras se mostram incompetentes para seu dever mais básico, que é o de ensinar o B, A BÁ, imagina se meter na escolha sexual dos jovens... seria um desastre sem tamanho.



Não vemos na escola o mínimo de acerto em questões simples de serem debeladas como o combate ao analfabetismo e a universalidade do ensino. Escolas caindo aos pedaços, professores mal pagos, negligência dos governantes. E querem que eu ensine aos filhos da nação a escolher que armas deverão usar na hora do sexo? Ora, senhores, afastem de nós, professores, esse cálice. Nesse quesito o falecido Eneas diz a mais básica das verdades.



Voltando ao retrógrado do Bolsonaro, sua idéia do que é certo e errado deveria ficar restrito apenas ao seu circulo de vivência. As pessoas que como ele pensam em voltar aos tempos da barbárie. Só que, por causa de suas idéias, muitos fanfarrões irão crescer e aparecer, chegando inclusive ao poder em breve.







Depois de termos um afro-descendente na presidência (o FHC se dizia negro), tivemos um trabalhador (Lula), uma mulher (Dilma) e em breve teremos um gay. Eu votaria em um homossexual assumido que se candidatasse, tipo Jean Willys (só que não!) nas próximas eleições, se o voto fosse facultativo, é claro. Seria um voto pelo orgulho gay (apesar de eu ser héterossexual de carteirinha) e pela defesa das minorias (apesar de fazer parte da maioria, mestiço, trabalhador, pobre e obrigado a votar).

domingo, 17 de abril de 2011

Arma de jeito nenhum, ou cada caso é um caso?



Sou totalmente contra a utilização de armas.
Arma é para os covardes. O homem de verdade não precisa dessa muleta.
A violência começa na presunção.



Porém, sou a favor de uma lei que contemple seu uso sob determinadas circustancias. Como vivemos em um país de dimensões continentais e com fronteiras onde há diversos tipos de embates. Onde os povos indígenas se armam. Onde há florestas, bosques e locais descampados, em que animais selvagens podem fazer dos humanos suas vítimas potenciais. Não há como se negar que as armas serão úteis nesses casos.



Agora, armas nas mãos de qualquer um é só nos filmes de farwest. Nos grandes centros deve prevalecer o bom senso, nada de armas nas mão de pessoas desabilitadas e principalmente de quem supostamente as tem em casa pensando que isso lhe daria uma vantagem em relação a algum bandido que por ventura venha a invadir seu domicílio.



Só em filme de bang-bang que o mocinho saca a arma e atira mais rápido que o bandido.
Sou a favor da prevenção e previsão. Se as pessoas passarem a ter atitudes proativas, e ensinarem seus filhos a tê-las também, dificilmente será necessário ter uma arma em casa. Hábitos como trancar portões e portas, não delongar em conversas nas imediações da casa em certos locais onde sabe-se que há perigo. Ter por hábito a mudança no itinerário para evitar o óbvio de ser facilmente seguido, também já ajuda.



Não imputo nas armas o maior dos males. Sou totalmente contra a proibição. Mas, sou totalmente a favor que seja dado o direito de possuí-las apenas aos entes do Estado, preparados para usá-las e aos cidadão que vivem em locais ermos em selvas ou descampados.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Segurança já! Ou virão mais tragédias,

Bem antes do que eu esperava, já começaram os malucos de plantão a seguir o exemplo do demente do massacre de Realengo. Já aconteceram tentativas de incidentes como esse em uma escola de Bangu no dia 11, e em Goiânia e Campos no dia anterior. Na página do seu Orkut, que a Google rapidamente tirou do ar, há a menção de que ele faria o que fez, dando a entender que haveria algo como o massacre de Columbine. Os demais dementes que conversavam com ele via Orkut e mantinham essa chama da maldade acesa deveriam ser observados bem de perto pelas autoridades policiais.





Um erro comum que estamos todos nós cometendo é voltarmos às nossas rotinas. Voltar a vidinha simples e calma será deixar as costas vulneráveis para novos ataques desse tipo. Outro erro é a divulgação do conteúdo das cartas desse débil em rede nacional. Nessas cartas há escondido códigos que farão disparar na mente dos demais ‘loucos’, como ele, mensagens dormentes de novos ataques. Em quase todos os países onde ocorreram fatos assim, tempos depois notou-se que repetiam-se essas atitudes. Nos Estados Unidos, após o massacre de Columbine, pipocaram outros doze mais.







A secretária de educação, em recente entrevista, disse que não transformará as nossas escolas em bunkers. Que a escola é lugar de convívio da sociedade e deve ser aberta. Como forma de mostrar coragem isso foi uma bela propaganda. Porém, a garantia de que esse fato lamentável não se repetirá ninguém deu. Perguntaria pra secretária, para o prefeito e para o governador se seus filhos e netos estudaram ou estudam em escolas abertas.

Na retórica tudo é muito bonito. As vezes chego a me emocionar com o que eles dizem. Só não choro mesmo porque sei que os filhos e netos dessa gente estudam nos São Bentos, verdadeiro mosteiro inacessível, nos Israelitas, nos Santo Agostinhos, nos Santos Ignácios e nos Colégios Americanos da vida. coitadinhos, não é? Escolas simplesinhas e sem nenhum guarda na porta. Tremendamente vulneráveis para os ataques destes pirados de plantão que já leram na cartinha daquele infeliz as ordens para fazer mais atrocidades.



O que custa para a prefeitura colocar dois guardas municipais em cada escolas? Pensando de maneira prática nem precisaria mexer em muitas coisas. Bastaria realocar os guardas que ficar fingindo que estão tomando conta do trânsito e aqueles que, não estão fingindo, enchem os camelôs de porrada quase todo dia e colocá-los nas escolas. Eu no lugar do prefeito colocaria um casal. Uma guarda e um guarda. Isso seria ótimo até mesmo como influência positiva para as crianças que precisam de exemplos de profissões que num futuro bem próximo poderão exercer.



Eu devo viver em outro mundo. E esse mundo deve ser cheio de maldade. Minha mente deve ser poluída demais, pois vejo o mal por todo lado. No meu mundo, qualquer um compra arma da mão de qualquer imbecil. No meu mundo tem gente capaz de qualquer maldade, mas parece que no da secretaria, do prefeito e do governador não.



Penso dessa maneira: se um louco que não tem nada a perder na vida fez uma tremenda cagada e, apesar de ter morrido ou se matado, ficou famoso no mundo todo, aparecendo na CNN, NHK, Fox-News, etc. quem garante que outros doidos varridos, sem nada a perder não pegarão suas cruzes e seguirão o seu messias?



Governador, prefeito, secretária... por favor, olhai por nós pobres mortais.

Mortais mesmo.

sábado, 9 de abril de 2011

A tragédia anunciada e a anunciação de mais tragédias


Pearl Jam - Jeremy por steveo_russianspy

Para enfatizar que a tragédia recente em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro era previsível devido ao crescimento econômico do país e aos ganhos reais acima da inflação dos salários mínimos em detrimento dos salários médios pagos as classes medias, coloquei este vídeo do meu Grupo de Rock predileto, o Pearl Jam, que considero estar a frente do nosso tempo em suas temáticas.

Passo a destrinchar em conjunto com quem me lê a letra e a conjuntura em que a musica foi criada e o porquê dela ter sido produzida. Mero exercício de hermenêutica. Como sempre fazemos por aqui.

Jeremy: a letra
At home
Drawing pictures of mountain tops
With him on top, lemon yellow Sun
Arms raised in a "V"
The dead lay in pools of maroon below

Daddy didn't give attention
To the fact that mommy didn't care
King Jeremy the wicked
Oh, ruled his world

(2x)
Jeremy spoke in class today

Clearly I remember
Picking on the boy
Seemed a harmless little fuck

Oh, but we unleashed a lion
Gnashed his teeth
And bit the recess lady's breast

How could I forget?
And he hit me with a surprise left
My jaw left hurting

Oh, dropped wide open
Just like the day
Oh, like the day I heard

Daddy didn't give affection, no
And the boy was something
That mommy wouldn't wear
King Jeremy the wicked
Oh, ruled his world

(3x)
Jeremy spoke in class today

Try to forget this (Try to forget this)
Try to erase this (Try to erase this)
From the blackboard

(2x)
Jeremy spoke in class today

Jeremy: a tradução
Em casa
Desenhando figuras de topos de montanhas
Com ele no topo, sol amarelo limão
Braços erguidos em V
Os mortos estendidos em poças de cor marron embaixo deles

Papai não deu atenção
Para o fato de que a mamãe não se importava
Rei Jeremy, o perverso
Governou seu mundo

Jeremy falou na aula de hoje
Jeremy falou na aula de hoje

Me lembro claramente
Perseguindo o garoto
Parecia uma sacanagem inofensiva

Mas nós libertamos um leão
Que rangeu os dentes
e mordeu os seios da menina na hora do intervalo

Como eu poderia esquecer
E me acertou com um soco de esquerda de surpresa
Meu maxilar ficou machucado

Deslocado e aberto
Assim como no dia
Como dia em que ouvi

Papai não dava carinho
E o garoto era algo
Que mamãe não aceitaria
Rei Jeremy, o perverso
Governou seu mundo

(3x)
Jeremy falou na aula de hoje

Tente esquecer isto
Tente apagar isto
Do quadro negro

(2x)
Jeremy falou na aula de hoje

(2x)
Jeremy falou
Falou

Jeremy falou na aula de hoje

Eddie Weder, o letrista e cantor da banda, se coloca no lugar de um daqueles que perpetravam toda sorte de encarnação e deboche contra o menino esquisito da classe. Na letra e no video, mostra-se uma mente atormentada de alguém que sofria do desrespeito de outros e a ignorância dos pais que estavam mais preocupados com suas cerimônias do que com as dores de seu filho. Claramente se remetendo aos ganhos daclasse média americana dos anos 90, onde o trabalho vem na frente do bem-estar, e as famílias estão presas ao molde fabil de então (os pais sentados à mesa e o filho ignorado). Seus desenhos mostravam o conturbado mundo que o cercava e o assustava. E retratavam sua confusa mente. Era o estopim para a tragédia.



O sentido era de alertar para a mazela social do bulling que sempre ocorreu na sociedade norte-americana e na nossa com menos danos psicológicos. O que desencadeia as tragédias são fatores que passam pela melhor qualidade de vida e condições financeiras de um país e de uma população. Passam pela deficiente atenção dos familiares às suas crianças, presas fáceis, devido aos compromissos de trabalhos e sociais. Passa pelo ócio remunerado e pela falta de atividades produtivas para os jovens. Passa pela alienação e pela lavagem cerebral produzida pelos meios de comunicações massivos como a televisão e pela internet. Passa, invariavelmente, pela distorção dos valores sexuais, morais, éticos e religiosos. E, por fim, pela desigualdade de oportunidades sociais.






Até meados da década passada seria impensável que alguém subemempregado, como o autor do delito, teria condições de comprar um revolver, quanto mais dois e além disso vários carregadores. A culpa não é do crescimento econômico e do aumento significativo do salário mínimo, e sim da falta de prevenção e da total alienação dos nossos governates com as causas e efeitos desse tipo de acontecimento nos países em que ocorreram. Aqui com certeza tratarão o caso como isolado e que o brasileiro é pacífico demais para repetir esse ato insano.



Não podemos nos trancar em casa e nem fazer isso com nossas crianças, mas há que se ter maior vigilância, tanto em casa, quanto ao que nossos pequenos vêem nos canais de televisão, escutam em rádios e CDs e acessam na internet, pois existem muitos métodos de lavagens cerebrais e controles da mente que só pensávamos existir nos filmes de ficção cientifica, mas que permeiam o nosso cotidiano.

Ou você acha que aquele cheiro exagerado do pãozinho recém saído do forno no supermercado é natural?

Olhos, ouvidos e mentes sempre abertos.

Pior é que não parará só nisso...

Quaisquer semelhanças não serão mais meras coincidências. A Caixa de Pandora foi aberta e temos, todos nós, aqueles que ainda estamos sãos, cuidar para que isso não se repita mais. A realidade imitou a ficção que imita cotidianamente a realidade. Estou começando hoje a me preparar para essa guerra. O nosso país cresceu e as mazelas do Primeiro Mundo chegaram. Isso foi só o começo. Governantes, olhai por nós!

Lamentavelmente no dia sete deste mês do corrente ano, uma tragédia decaiu sobre o bairro de Realengo, onde um desequilibrado invadiu uma escola e executou sumariamente cerca de doze crianças em sua maioria meninas na faixa etária que vai dos doze aos quinze anos.





Esse doente abriu um perigoso precedente. Muitos como ele estão vendo a repercussão do caso e notando a fama dele e a divulgação pela mídia sensacionalista. Aos governantes cabe mudar a maneira como as escolas são geridas. Qualquer um entra e sai das escolas públicas a hora que querem e conduzindo o que querem.

Não consigo imaginar que numa repartição pública onde só tem adulto e papelada, as pessoas não entram a qualquer hora e muitas vezes são revistadas, ou então são submetidos a detectores de metais. Enquanto numa escola, cheio de crianças (NOSSOS FILHOS), qualquer um entra carregando qualquer tipo de coisa.

Trabalho em escola há 12 anos e já fui agredido por um aluno desequilibrado (só que sei me defender e bem), mas já vi muitas professoras serem ameaçadas e apanharem (minha cunhada está afastada pela psiquiatria após apanhar de duas mães e teve o rosto quase desfigurado).Sem contar os assaltos, tráfico de drogas e roubo de carros nas dependências da escola e no seu entorno. Isso tudo acontece porque não temos segurança nenhuma nas escolas.





Até quando a escola será uma espécie de quintal (ou pior latrina) da comunidade.
Esse papo de comunidade ser amiga da escola é bonito só na retórica.
Na maioria das escolas que conheço a escola é vista com desdém e muitas vezes a própria comunidade depreda e os assaltos são comuns, inclusive perpetrados por ex-alunos.

O próprio policial militar, que foi o herói e anjo da guarda dos sobreviventes devido a sua competência em serviço, cantou a pedra para as autoridades quando disse que se tivesse chegado cinco minutos antes teria evitado muitas mortes. Nas entrelinhas ele quis dizer que se tivesse um policial na escola como acontece nos Estados Unidos das Américas fatos desta monta seriam muito difíceis de ocorrer.

Polícia nas escolas, para um país como o nosso que precisa da polícia nas ruas atuando, eu acho exagero, mas por qual motivo os guardas municipais ficam aquartelados ou então na rua batendo em camelô e dando multas pra quem não dá o arrego (já aconteceu comigo)? Poderia colocar dois deles em cada escolas e a ronda escolar passando no entorno para dar o suporte necessário. Além do mais, há uma Lei a ser votada e aprovada que obriga a colocação de detector de metais nas entradas das escolas.





E em relação às medidas sócio-educativas a escola deveria combater as agressões pessoais por motivos fúteis, racistas e sexistas e o preconceito religioso. Mas a dificuldade está no material humano disponível. Somos professores muito mal preparados, com pouco estudo e na maioria das vezes desmotivados.

Numa escola modelo o ideal seria um trabalho de base, de conscientizar as crianças e os jovens sobre evitar a qualquer custo a violência e o bulling. O mais difícil é isso. Quem quer fazer esse trabalho? Quem fará? É interessante pros nosso mandantes? A maioria dos professores são 'profissionais' empenhados em vencer esses desafios? As famílias estão interessadas em ajudar? A sociedade respeita e valoriza seus profissionais da educação?

Repare nos videos se o bulling não é parte integrante da nossa vida, e as vezes até nos divertimos quando acontece com outrém, mas, uma coisa podemos garantir quem sofre não esquece, não recalca direito e isso pode vir a tona mais tarde, como umsurto psicótico ou como uma vingança, como a deste demente que a preferiu como um prato frio, regado a muito sangue inocente, pois as pessoas que fizeram a violência contra ele foram de outra época e estão assistindo a isso tudo longe de suas balas.





A resposta pra todas essas perguntas é uma só: não.

Em uma sociedade em que se paga mais ao policial do que ao professor do ensino básico (e ambos ganham uma miséria), os resultados serão esses.

É a lei da oferta desumanizada e da demanda perversa.

Estou afirmando aqui que isso se repetirá, é bom que a sociedade esteja preparada.

Não sou profeta, mas não sou burro.



sexta-feira, 8 de abril de 2011

QUESTÕES DE GEOGRAFIA: 3ª SÉRIE

1- É o processo de mundialização da economia. Estamos falando de:

(A) Globalização
(B) Revolução Industrial
(C) Grandes Navegações
(D) Cruzadas

2- Atividades de transformação, da mineração e da produção energética até as indústrias de manufatura e de construção civil. Que setor da economia é esse?

(A) Primário
(B) Secundário
(C) Terciário inferior
(D) Terciário superior

3- Atividades que estão diretamente relacionadas à natureza: a agricultura, a pecuária, a caça, a pesca e a silvicultura. Que setor da economia é esse?

(A) Primário
(B) Secundário
(C) Terciário inferior
(D) Terciário superior

4- Atividades do comércio, da prestação de serviços, do funcionalismo público, etc. serviços de alto nível técnico (bancos, seguros e profissionais liberais). Que setor da economia é esse?

(A) Primário
(B) Secundário
(C) Terciário inferior
(D) Terciário superior

5- Serviço doméstico, comércio varejista, camelôs e artesanato. Que setor da economia é esse?

(A) Primário
(B) Secundário
(C) Terciário inferior
(D) Terciário superior

6- Estuda o desenvolvimento territorial, a distribuição demográfica e a riqueza dos países; a política e os fenômenos sociais; vê o estado segundo o espaço. Estamos nos referindo a:

(A) Geopolítica
(B) Geografia política
(C) Geografia econômica
(D) Geografia agrária

7- Estuda as relações internacionais vê o espaço segundo o estado. Estamos nos referindo a:

(A) Geopolítica
(B) Geografia política
(C) Geografia econômica
(D) Geografia agrária

8- Estuda a inter-relação do meio físico com a economia, as atividades econômicas humanas e os efeitos da expansão ou declínio industrial e o planejamento urbano e rural. Estamos nos referindo a:

(A) Geopolítica
(B) Geografia política
(C) Geografia econômica
(D) Geografia agrária

9- Pessoas que trabalham em um dos setores formais da economia ou que estão a procura de emprego. Subdividi-se em desempregados e população ocupada. Estamos falando de:

(A) PEA (População Economicamente Ativa)
(B) PEI ou PNEA (população Economicamente Inativa)
(C) PIB (Produto Interno Bruto)
(D) IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

10- Pessoas que não estão empregadas como crianças, velhos, deficientes, estudantes, etc., ou que não exercem atividades remuneradas como donas de casa. Estamos falando de:

(A) PEA (População Economicamente Ativa)
(B) PEI ou PNEA (população Economicamente Inativa)
(C) PIB (Produto Interno Bruto)
(D) IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

QUESTÕES DE GEOGRAFIA: 2ª SÉRIE

1- Média de habitantes por quilômetros quadrados, divisão da população absoluta pela área de um local. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

2- Número de crianças nascidas para cada grupo de mil pessoas. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

3- Número de mortes em grupos de mil pessoas ocorridas em um ano em relação ao total da população. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

4- Diferença entre a taxa de natalidade e a de mortalidade, em porcentagem, é a única forma de crescimento ou redução da população mundial. Estamos falando de:

(A) Taxa de mortalidade
(B) Taxa de natalidade
(C) Crescimento vegetativo
(D) Densidade demográfica

5- Ação do governo em estimular ou dificultar novos nascimentos. Complementação salarial para auxílio aos pais que têm mais filhos ou aumento de impostos para os jovens de uma certa idade que ainda não tenham filhos, são políticas natalistas. Sobretaxas de imposto para pais que têm mais filhos ou políticas diretas de controle da natalidade como liberação do aborto ou distribuição de anticoncepcionais, são políticas antinatalistas. Estamos falando de:

(A) Planejamento familiar
(B) Densidade demográfica
(C) Política demográfica
(D) Controle de natalidade

6- Tentativa de controlar o número de filhos, usando-se métodos de contracepção, para evitar a gravidez, ou a esterilização, de modo definitivo e o “aborto”. Estamos falando de:

(A) Planejamento familiar
(B) Densidade demográfica
(C) Política demográfica
(D) Controle de natalidade

7- Entrada de pessoas vindas de fora do lugar em questão é a:

(A) Invasão
(B) Imigração
(C) Emigração
(D) Expulsão

8- Saída de pessoas do lugar em questão é a:

(A) Invasão
(B) Imigração
(C) Emigração
(D) Expulsão

9- Descompasso entre as condições sócio-econômicas da população e à área ocupada independe da densidade demográfica. Estamos falando de:

(A) Grupos étnicos
(B) Densidade demográfica
(C) Política demográfica
(D) Superpovoamento

10- São os negros (africanos), os brancos (europeus), os amarelos (asiáticos), os vermelhos (indígenas) e os mestiços (cafuzos, caboclos, mameluco e mulatos). Estamos falando de:

(A) Grupos étnicos
(B) Densidade demográfica
(C) Política demográfica
(D) Superpovoamento

QUESTÕES DE GEOGRAFIA: 1ª SÉRIE

1- Camada superficial sólida que circunda a Terra, composta de minerais como as rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. É a camada sólida mais externa da terra. Nas regiões continentais, é constituída principalmente de rochas graníticas, ricas em alumínio e silício. Já nas áreas oceânicas predominam as rochas basálticas. Esta camada é a:

(A) Crosta Terrestre ou Litosfera
(B) Manto
(C) Astenosfera
(D) Núcleo


2- Camada logo abaixo da crosta, formada por vários tipos de rochas em estado pastoso que recebem o nome de magma. Esta camada é a:

(A) Crosta Terrestre ou Litosfera
(B) Manto
(C) Astenosfera
(D) Núcleo

3- Compreende a parte central do planeta, formado por metais como ferro e níquel em altíssimas temperaturas. Esta camada é a:

(A) Crosta Terrestre ou Litosfera
(B) Manto
(C) Astenosfera
(D) Núcleo

4- Formadas por forças tectônicas provocando enrugamento e originando as cordilheiras. São suscetíveis a terremotos e atividades vulcânicas. Apresentam as maiores elevações da superfície terrestre. Essa forma de relevo é:

(A) Montanhas
(B) Planalto
(C) Planície
(D) Plataforma Continental

5- Superfície mais ou menos plana e elevada em relação às áreas próximas, delimitadas por escarpas; o processo de desgaste supera o de deposição de materiais. Essa forma de relevo é:

(A) Montanhas
(B) Planalto
(C) Planície
(D) Plataforma Continental


6- São áreas deprimidas formadas pelo contato entre terrenos sedimentares e massas cristalinas, mais baixas em relação às terras próximas e acima do nível do mar. Essa forma de relevo é:

(A) Depressão relativa
(B) Depressão absoluta
(C) Planície
(D) Plataforma Continental

7- Porções do relevo mais baixas que o nível do mar. Essa forma de relevo é:

(A) Depressão absoluta
(B) Depressão relativa
(C) Planície
(D) Plataforma Continental

8- Superfícies mais ou menos planas de natureza sedimentar, predominando os processos de deposição de sedimentos. Existem dois tipos de planícies: as costeiras (junto ao litoral) e as Montanhas continentais (interior dos continentes). Essa forma de relevo é:

(A) Depressão absoluta
(B) Depressão relativa
(C) Plataforma Continental
(D) Planície

9- É a estrutura geológica continental abaixo do nível do mar. É de grande importância para a pesca e a exploração de petróleo no oceano. Essa forma de relevo é:

(A) Talude
(B) Região pelágica
(C) Planície
(D) Plataforma Continental

10- Encontro da crosta continental com a crosta oceânica, com inclinação de profundidade que podem chegar a 3 mil metros. Essa forma de relevo é:

(A) Talude
(B) Região abissal
(C) Planície
(D) Plataforma Continental

domingo, 3 de abril de 2011

O QUE INDICAM OS NÚMEROS DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO?



Estado do Rio de Janeiro, um dos mais dinâmicos economicamente do país e o principal quando se trata de cultura, porém na educação os números não são nada agradáveis. O principal problema é a política implantada desde o inicio do governo Cabral, isso ainda no seu primeiro mandato.



Quando a antiga secretária de educação foi empossada, a primeira coisa que ela afirmou é que iria implantar um sistema empresarial e técnico/tecnológico na gestão e na prática de sala de aula. Ora, em momento algum se falou em motivação dos profissionais da área de educação com coisas tais como um plano de cargos e salários decente e aumento imediato nos salários.



Muito pelo contrário, os salários continuam a minguar, pois a inflação vem correndo e comendo pelas beiradas os vencimentos da classe, e pasmem, há no Estado do Rio de Janeiro cargos que recebem um salário menor que o salário mínimo nacional, e na área de educação tem muito servente, merendeiras e agentes administrativos recebendo um pouco mais do que a metade de um salário mínimo.



Como é que pode um local onde o policial militar, que é o pior pago no país, recebe vencimentos muito maior do que o de um professor que tem a responsabilidade de dar o suporte necessário para a formação dos presentes e futuros cidadãos? Algo de errado não acham? No mínimo há uma inversão na lógica. Vivemos em um país onde se investe no combate das mazelas e não na prevenção, como acontece com os surtos de doenças corriqueiras. Aqui, deixamos a juventude sem educação para depois usar a força policial para prender e, em muitos casos, matar esse contingente de jovens sem oportunidades.



Não quero parecer mais um ‘defensor dos direitos humanos’, do tipo que se aproveita da tragédia para se promover. Mas o Estado deveria fazer um pouco mais de esforço em resgatar a cidadania desses jovens. Mas, em primeiro lugar, deveria resgatar a auto-estima de seus funcionários envolvidos diretamente no trato com esses jovens. Um professor com quase vinte anos de serviço prestado para o estado do Rio de Janeiro ganha menos de mil reais, isso é no mínimo humilhante.



Agora, com o novo secretário, está sendo implantado um modelo cino-nipônico de gestão na educação. A meu ver, estão querendo, na verdade, formar uma linha de montagem no estilo fordista. Eles querem um produto pronto no final linha, um aluno com intelecto nipônico em pleno país tropical. Se era pra copiar algo asiático, deveria imitar o toyotismo, com as adaptações pontuais para cada situação e autonomia dos gestores mediatos e imediatos.



Sei que é complicado melhorar a educação no Brasil e nos estados devido a grandeza do território a se avaliar, porém, isso começa invariavelmente com aumento salarial dos envolvidos.

sábado, 2 de abril de 2011

O ESTRANHO SURTO DEMOCRÁTICO NO ORIENTE MÉDIO E NORTE DA ÁFRICA

Quem acredita nesse estranho surto democrático que está ocorrendo na parte mais radical e retrógrada do Mundo? Ora, se os dirigentes que lá estão há pelo menos quatro décadas em média não se convenceram da vontade da população de viver sob a égide democrata, como nós que estamos a quilômetros de distância poderíamos estar plenamente de acordo que o que eles querem é o direito de votar em eleições e comandar plebiscitariamente os rumos da nação? Seria um pouco pretensioso, não acham?



Quando paramos pra pensar e digerir essa sopa de letrinhas internacional, nos fazemos duas perguntas chaves, mas simples de responder. Eu começaria pela seguinte: Por que demorou tanto pra acontecer esse surto democrata? Explico: Ora, demorou porque a população, principalmente a classe média/alta local não está nem aí pra quem anda governando o país, pois seu poder de compra está garantido e a massa imensa de pobres está devidamente controlada na base da truculência.



Então, restaria a outra pergunta chave de fácil resolução. A segunda seria a seguinte: Se não foi a burguesia que fez essa ‘revolução’ no Oriente Médio (sempre é a burguesia que revoluciona, nunca duvide disso!), de onde partiu essa iniciativa? Explico: O estopim dessa aparente Revolução dos Cravos, ou Primavera de Praga não partiu do povo, pois o povo naquela área não tem noção de democracia.



Eles vivem na base da doutrina islâmica que é absolutamente contra a democracia que consideram coisa do grande satã, que pra ele são os Estados Unidos da America. Sendo assim, certamente um outro grupo, tão ditatorial e retrógrado quanto o outro estabelecido, está de olho no posto de quem governa. E também devemos lembrar que sem o interesse das grandes potencias mundiais nada aconteceria na face do Planeta.



Os grupos que estão ‘fazendo a revolução’ nada têm de democrático, pelo contrário estão apenas querendo um certa sucessão no poder autoritário. Aliado a isso temos os interesses dos Estados Unidos e da União Européia em colocar no poder alguém que se alinhe com seus interesses de seguranças e financeiros. Não interessa aos dois pólos de poder mundial que continue o terrorismo, coisa que estes estados que estão sofrendo com o ‘surto’ demonstram ser favoráveis ou pusilânimes. Some-se a isso o fator petróleo, que pode ser importante para reduzir os custos deste para os Estados Unidos e diminuir a dependência européia do petróleo e gás russo e teremos o final dessa equação.



Simples assim, a grande causa desse surto democrático islâmico é na verdade mais do mesmo. Como já ocorreu aqui nas Américas pobres, na Ásia sem auto-estima e em alguns países da África, é mais um processo de tornar as nações em questão alinhadas aos interesses hegemônicos de sempre.

Ou seja, nada de novo sob o Sol.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O verão já se foi, mas as chuvas de março e abril estão chegando

O que um governo sério faria em uma cidade como a do Rio de Janeiro em épocas em que sabemos de cor e salteado que as chuvas faziam, fazem e farão vítimas? A princípio, se faria o que já vem sendo feito há alguns anos, o mapeamento das principais áreas de risco em potencial e as mais massivamente habitadas e com esse estudo se planejaria a construção de moradias dignas e a remoção dessas populações para áreas secas e seguras.



De modo algum sou contra o dispendioso gasto feito pelo governo na construção da moderna central de monitoramento remoto e na aquisição dos supercomputadores Tupãs pelo INPE. Toda ferramenta nessa hora será útil. Precisamos muito de estar atentos aos menores sinais das catástrofes. Mas, além de poder assisti-las de camarote num espetacular telão, para quê mais servirá tudo isso?



O governo Lula deu passos largos em direção a tornar a vida das populações menos favorecidas dignas e seguras nos sentidos elementares da questão. Foram as obras do PAC uma das mais bem sucedidas atitudes, pois a meu ver deram boas casas para as famílias necessitadas e não as tiraram de seu meio, onde estão seus laços de convivência e seu possíveis empregos.





Um governo que fosse ainda um pouco mais além, faria isto acima exposto mais uma vez e daria o salto quântico, demolindo as favelas encravadas e em seu lugar replantaria as espécies nativas. Além disso, também seria construído ali um observatório simples para monitoramento, o que daria a exata noção do quanto se desmata e do quanto se refloresta naquele local determinado.





Sugiro ao prefeito e ao governador que não deixe pra tomar depois das tragédias essas medidas tão importantes. É impossível que não haja verbas para isso num país que receberá uma Copa do Mundo e numa cidade que recebeu um Pré-Olímpico e receberá uma Olimpíadas. O preço das vidas que se pode salvar é muito importante politicamente, digo politicamente pois é só desse modo que enxergam a população.



Só para efeito de comparação vamos pegar fatos recentes e que ainda estão em nossas memórias de modo que fica nítido o contraste entre maneiras de agir aos desafios da natureza, as enchentes na cidade do Rio de Janeiro foram há um ano atrás e ainda há resquícios da tragédia, enquanto isso na área afetada pelas enxurradas na Região Serrana há cerca de três meses, ainda há o caos total. Ou seja, nada se fez de prático por aqui.







Já do outro lado do planeta, o povo japonês em uma semana já começava a reagir e o seu governo a agir desobstruindo estradas e resgatando humanos vivos ou mortos após um terremoto de pouco mais de nove pontos na escala Richter no Japão, arrasou totalmente as áreas circunvizinhas ao epicentro, com requinte de crueldade da natureza, pois além desse ainda sobreveio sobre aquela região um maremoto que diminuiu ainda mais as chances de sobrevivência da população local.





Não espero que nosso povo se torne cópia do japonês, seria muita pretensão nossa, pois o segundo lida com desafios impensáveis para nós. Mas, bem que nossos governantes poderiam aprender como agir com os deles.

terça-feira, 29 de março de 2011

O verão já se foi, mas as chuvas de março e abril estão chegando

E lá vem água!






Chegamos ao mês de abril, e em anos de La Niña as chuvas de março, ainda inexplicavelmente, são empurradas para abril, podendo nem vir a acontecer. Mas empurrar mesmo quem faz são os nossos governantes. Empurram até onde der, e às vezes além do que podem como no caso da prevenção às enchentes que são a tônica dos verões cariocas e que se agravam justamente na despedida dessa estação.



Nem a tragédia do ano passado, aquela que me referi como com data marcada, pois de 22 em 22 anos elas se repetem: 1966, 1988, 2010... Mas, com toda probabilidade de só voltar a ter uma hecatombe dessa monta em 2032, é de bom tom que não se dê panos pra manga e se tome as devidas providências.



Mas, muitos irão dizer que a Prefeitura do Rio de Janeiro acabou de construir uma central de monitoramento de Primeiro Mundo. E respondo: central de monitoramento serve apenas para ver em tempo real a tragédia acontecer (ao vivo e em cores)... Mas, o que foi feito para evitar? Também respondo: pouco, muito pouco.





De que adianta satélites, computadores, linkar várias câmaras da CET-Rio, com outras tantas da Defesa Civil, além de várias tantas espalhadas pela cidade para observar os lugares potencialmente arriscados de desabar na primeira chuvinha, se o principal que era acabar com os lugares desumanos aos quais são empurrados vários seres humanos considerados de ‘segunda classe’ pelos nossos governantes que só se lembram de tais ‘cidadãos’ na hora de pedir votos? Se não fizerem o dever-de-casa, que é retirar os moradores de área de risco de desabamento ou enchente e realocá-los em lugar decente, para que não retornem, todo o aparato tecnológico será comprado 'caro' e em vão.



Já que falamos de empurrões, cadê o monitoramento dos desmatamentos principalmente nos maciços mais próximos da urbe? Isso já ajudaria, sobremaneira, no combate a ocupação irregular e especulação imobiliária. Mas, nossos líderes, em sua sapiência, não fizeram o dever de casa e tomara que Deus ou a Natureza, deus de Espinoza, tenha dó de nós meros mortais e não nos mande muita água, o que pode ocorrer, pois em situação de La Niña as chuvas no Sudeste são um pouco menos frequentes, o que leva ao descuido geral com a segurança.





Como a La Niña costuma ser mais imprevisível do que o El Niño, talvez nem chova em abril, e tenhamos veranicos secos durante a fase menos chuvosa do nosso clima de ‘monções’ que costumamos chamar de inverno que vai de maio até o início de agosto. Porém, se La Niña vier 'molhada' trazendo pancadas de chuvas rápidas, mas intensas e com isso der a lógica nesse embate, sabemos que o lado que sempre perderá será o nosso.



E só pra reafirmar: De novo conviveremos com as tragédias anunciadas.

O verão já se foi, mas as chuvas de março e abril estão chegando

É, como sempre ocorre no nosso querido Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, num país abençoado por Deus e bonito por natureza, março e abril são meses em que as chuvas batem forte na nossa porta. E pior de tudo, estaremos dessa vez preparados paracombater seus efeitos nefastos?




Como ocorre com a dengue, sempre soubemos que o verão é a época mais propícia a proliferação de mosquitos, e entre eles o aedes aegypt, o que causa a dengue e outros males. Mesmo assim, aposto minhas fichas, o governo não tomou as devidas precauções... É sempre assim, esperam acontecer pra depois tomarem as providências.



Hoje em dia temos as clínicas de saúde familiar, antes que eu ria, vamos aos fatos... Essas clínicas poderiam antecipar o que todos nós sabemos: “A dengue vem aí...” Em Cuba, pais muito inferior ao nosso, a dengue não faz tanto estrago quanto aqui.



O que até agora fizeram as autoridades na área de saúde principalmente? Desde o início do século passado que noticiamos casos de dengue, no entanto, quando ela vem, invariavelmente nos pega de ‘surpresa’. Como explicar que um país que cresce e enriquece como o nosso é incapaz de combater de verdade e permanentemente uma doença simples de se tratar? É simples: tratam a dengue como caso de saúde, quando na verdade, é, principalmente um caso de educação massiva.



Creio que teremos muitos casos de dengue, e o tipo 4 já está entre nós, o que leva a crer também que o Governo não se preparou para conter uma epidemia estadual. Digo estadual porque não tenho dados nem base para dizer nacional, excetuando-se o Sul do país que pela menos pior educação e clima menos quente pode ser aliviado.



De novo conviveremos com as tragédias anunciadas.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A GEOPOLÍTICA DA REGIÃO DE BANGU - GEOGRAFIA FÍSICA

ASPECTOS DA GEOGRAFIA FÍSICA DE BANGU


Formação geológica e hipsometria

O bairro está situado entre dois majestosos maciços, que dominam de forma exuberante a paisagem local, ao sul o da Pedra Branca, e ao norte o de Gericinó.

Na sua geologia, o solo no qual está calcada a região é composta por gnaisse bandado com quartzo, microclina, plagioclásio e biotita (locais tipo Pico do Archer) nas partes de média / baixa elevação do local e granito cinza, tipo porfirítico (tipo “favela”), com diques de allanita granito e granito rosa (locais tipo Grajaú e Pedra Branca) nas de média / alta, na subida dos morros tanto do Gericinó quanto da Pedra Branca; na parte alta dos morros, há sienito, granito pegmatóide ( tipo Serra da Misericórdia) e tinguaitos (comum em locais como a Serra da Mantiqueira) principalmente no maciço de Gericinó; já nos lugares de maior ocupação antrópicas, temos bastante aluvião, intrusões alcalinas, dunas compactadas artificialmente e lagunas e mangues aterrados; também nos morros encontramos: granodieritos, quartzodioritos e tonalitos.

Quanto a Hipsometria, não se pode considerar nossos maciços como de grandes altitudes, segundo o relevo local, poderíamos subdividi-lo em poucas escalas decrescente: a maior altitude ficaria no topo dos maciços do Gericinó e da Pedra Branca, com aproximadamente entre 900 e 1025 metros do nível do mar; serras como a de Madureira, do Quitungo, do Retiro e do Lameirão, que circundam o bairro estariam entre 300 e 700 metros; e o vale conhecido como Baixada de Bangu, estaria entre 100 e 0 metros (o nível do mar).

Em relação ao ranking orográfico, dos maiores em cotas de altitude, poderíamos dividir os dois blocos de maciços da ficando da seguinte forma.

• Maciço da Pedra Branca, que possui o ponto mais alto do relevo carioca o Pico da Pedra Branca, com a seguinte hipsometria decrescentemente:

- Pico da Pedra Branca – com 1025 metros;
- Morro da Bandeira – com 964;
- Pedra do Ponto – com 938 metros;
- Morro Santa Bárbara – com 857 metros;
- Pedra do Quilombo – com 735 metros;
- Pico do Sacarrão – com 714 metros;
- Morro dos Caboclos – com 696 metros;
- Toca Grande – com 577 metros;
- Morro do Cabuçu – com 572 metros;
- Morro do Lameirão – com altitude máxima de 484 metros.

• Já no Maciço do Gericinó, as altitudes são menos elevadas não passando em nenhum ponto dos mil metros acima do nível do mar, em ordem decrescente:

- Pico do Guandu – com 964 metros;
- Pico das Andorinhas – com 906;
- Morro do Gericinó – com 889 metros;
- Morro do Guandu – com 744 metros;
- Pico do Marapicu – com 632 metros de altitude.

Vale ressaltar, que muitos destes morros excedem a região, se espalhando até mesmo em direção dos municípios ao norte e outras regiões como a de Jacarepaguá ao sul.

Também devemos ter em mente que a pouca altitude dos nossos morros se deve ao fato de ser de relevo já desgastados pelo intemperismo por ser bastante antigo, como a maior parte do relevo brasileiro, que raramente ultrapassa os 3500 metros de altitude.

Hidrografia

Os rios que cortam a área da região de Bangu fazem parte da Bacia de Sepetiba e da Guanabara, isto porque a direção que o curso toma é que define este pertencimento. São na maioria ‘braços’ do Rio Guandu, são: o rio Piraquara, o rio Sarapui, o rio Guandu do Sena, o rio Viegas, o rio dos cachorros, entre outros de pequeno curso, quase desprezíveis como o rio das Tintas. A maioria está agonizando com a poluição, devido a atividade humana no local e a falta de consciência dos moradores que jogam todo tipo de dejeto neles.

Na Serra do Barata, em Realengo, temos uma bela cachoeira, que também sofre com a ignorância do povo que usa suas nascentes e quedas de água para fazer macumba e largam ali os restos na maioria das vezes produtos de difícil decomposição pela natureza, também há os visitantes não tão afro-religiosos que sujam por demais aquele pequeno pedaço de paraíso.

O clima

O clima da região de Bangu, anotado em Estação Meteorológica no bairro, é o mesmo que abrange todo o município do Rio de Janeiro, o tropical úmido. Desnecessário dizer que Bangu é o bairro mais quente do Rio de Janeiro, sempre que vemos na televisão a previsão do tempo, as temperaturas máximas são sempre no nosso bairro.

Isso se explica pelo fato da razoável distância do mar em que nos encontramos, da vizinhança dos maciços e da ocupação humana e atividades urbanas, com lançamentos de dióxido de carbono e outros gases de estufa que não são dissipados de forma tão rápida.

A temperatura média do bairro ultrapassa 25 graus, e no auge do verão é comum os termômetros de rua marcarem 45 graus, o que dá, literalmente para fritar um ovo na tampa de ferro um bueiro. Segundo o Atlas Escolar da Cidade do Rio de Janeiro, de 2000, no período de 1979 e 1980, notamos que a vertente sul do maciço da Pedra Branca registrou temperatura abaixo de 22 graus, e toda a porção ao norte da região de Bangu obteve média de temperatura entre 22 e 23 graus e a parte mais densamente povoada dos bairros de Padre Miguel, Realengo, Senador Camará e Bangu, ficaram entre 23 e 25 graus.

Quanto aos índices pluviométricos, costuma chover entre 1400 e 1600 mililitros anualmente no alto das serras do Gericinó, nas partes mais altas do maciço da Pedra Branca e nas médias altitudes do Gericinó a precipitação fica entre 1200 e 1400 mililitros e na parte antrópica a ocorrência das chuvas é bem mais branda, estando, quase sempre, entre 1000 e 1200 mililitros anuais, conforme fora anotado nos anos 97/98, pelo Atlas Escolar da Cidade do Rio de Janeiro, de 2000.

Vegetação original

Originalmente a região era coberta pela Floresta Tropical de Mata Atlântica, ainda há resquícios de vegetação típica deste ecossistema espalhados pela paisagem. Trata-se de uma floresta bastante úmida não tanto quanto uma Floresta Tropical Equatorial, mas em algumas áreas de extrema pluviosidade principalmente as beirando o mar, como onde o mar encontra o anteparo rochoso da Serra do Mar em alguns municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, a quantidade de chuvas torrenciais faz lembrar uma floresta como a do Congo e a da Amazônia, sendo bastante aproveitado economicamente para o plantio de banana que se adapta tão bem a essas condições e traz deveras benefícios aos municípios (como Bananal entre outros) que usam bem essa característica das chuvas orográficas como incremento agrícola.

Vegetação atual

Apesar de manchas de vegetação de Mata Atlântica, hoje bastante espoliada, o que temos na localidade é uma paisagem bastante afetada pela atuação antrópica, são campos artificiais e matas longínquas tomadas por capim colonião, arbustos e ervas.

Somente nos morros se pode observar algum ecossistema florestado, sendo que o de Gericinó, devido a proteção proporcionada pela atuação do Exército – que durante muito tempo evitou a entrada de curiosos e a expansão de favelas no local, nas décadas precedentes ao fim do século passado – o que foi de fundamental importância na manutenção deste parque, mas, ultimamente, já começamos a notar um processo de ocupação bastante desordenado, e uma invasão de ambas as vertentes do maciço.

Ao descer as serras da região passa-se de uma vegetação minimamente preservada para os campos antrópicos e algumas manchas de culturas agrícolas em regiões um pouco afastada do perímetro urbano, já na parte mais urbanizada o que encontramos é uma total devastação de todo o tipo de mata que por ventura houvesse ali. É de se lamentar que mesmo as árvores mais antigas do bairro, e muitas plantadas há menos de cinqüenta anos estão sendo ou dilapidadas ou arrancadas com raiz e tudo pela Fundação Parques e Jardins, como foi feito ao longo da Ciclovia entre os sub-bairros de Padre Miguel e Guilherme da Silveira, o que em tempo de verão infernal, comum na região, faz a sensação térmica exacerbar.

A flora e a fauna extintas ou em extinção

Quando apenas os índios passeavam por estas bandas, deveria ser bastante abundante algumas espécies vegetais e animais, hoje não tão comuns, ou então, praticamente extintas.

Nos nossos maciços, que abrigavam florestas tropicais úmidas, havia diversas árvores que há muitos não mais se vê, como por exemplo: a Canela-sassafrás (ocotea pretiosa), o Jacarandá (Dalbergia nigra), estas no maciço do Gericinó, e a Samambaiaçu (Dicksonia sellowiana) no da Pedra Branca e outras espécies de menor porte e flores como a erva Orquídea (Cattleya forbesii) no maciço da Pedra Branca, e no do Gericinó, tínhamos a erva Bananeira-do-mato (Heliconia sampaioana).

A vida animal, era também muito abundante e exuberante no local, mas hoje já quase que extinta em sua totalidade. Era comum encontrar-se, por exemplo, o felino sussuarana (Felis concolor) e a ave arapongas (Procnias nudicollis) na floresta do Gericinó e anta (Tapirus terrestris), o felídeo gato-maracajá (Leopardus wiedii) e a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) na da Pedra Branca. Ainda resistem bravamente espécies de cães e gatos-do-mato, diversas aves e gambás no que restou destes ecossistemas.

A GEOPOLÍTICA DA REGIÃO DE BANGU - TRABALHO

BANGU: TRABALHO, MERCADO INFORMAL, CAMELOTAGEM, EMPREGO, SUBEMPREGO E DESEMPREGO

Todas as comunidades do entorno de Bangu, possuem um nível sócio-cultural-econômico extremamente baixo, devido principalmente ao fato da maioria de seus moradores não terem conseguido completar sequer o Ensino Fundamental e vivem (ou sobrevivem), do subemprego ou do mercado informal, devido, sobretudo, à baixa escolaridade, muitas vezes com menos de um salário mínimo e o desemprego é bastante elevado no local.

Não há incentivo estatal para modificar a realidade ‘canibal’ do momento, conheço muitos moradores destas comunidades que há bem pouco tempo faziam parte dos quadros de diversas empresas estatais recentemente privatizadas pela sanha neo-liberal, que devorou as entranhas da máquina do governo e jogou na sarjeta do mercado de trabalho uma infinidade de pais de família.

Hoje a maioria desses demitidos trabalham em pequenos comércios espalhados pela comunidade, ou como camelôs, ou subempregados, causando uma competição desenfreada por pontos como ocorre no Ponto Chique de Padre Miguel, no calçadão de Bangu, Centro de Realengo e nas demais áreas comerciais dos sub-bairros de Bangu, o que também gera certa forma de violência, a visual, pois são aproveitados quaisquer espaço viável para construção de biroscas, mini bazares, lojas de bijuterias, carroças de Hot Dog, de X-tudos, e as famosa lojinhas de R$ 1,99 que fazem enfeiar ainda mais a paisagem outrora singela de bairro periférico, porém não tão miserável e espoliado.

Quando precisamos passar ou pelo buraco do Faim em Bangu, ou pelo buraco do Viana em Padre Miguel, ou então pela passarela da estação ferroviária de Bangu é que percebemos como o desemprego está alto.

A quantidade de camelôs é enorme e não tem repressão da Guarda Municipal que dê jeito, pois tiram os camelôs daqui e eles esperam a poeira baixar e retornam, isso sem falar dos vanseiros, kombeiros e topiqueiros, que disputam de maneira acirrada e feroz o território no largo em frente ao buraco do Faim, arrecadando passageiros para suas lotadas que quando estão no trânsito, chegam a ser suicidas.

Também seria maldade por demais, como se já não bastasse tirar-lhes o emprego. Não termos o direito de tirar-lhes também o subemprego, a camelotagem e qualquer outra forma menos desonesta de ganhar seu sustento, uma vez que o enxugamento das empresas (uma espécie de eufemismo para demissão) já vem fazendo isso de modo tão competente e cruel.

Mesmo dando o famoso “jeito Brasileiro”, muitos não conseguem adentrar no mercado consumidor pele falta de políticas de emprego, acabam, assim, engrossando as diversas estatísticas do desemprego na cidade, no estado e, consequentemente, no Brasil, que vem incomodando e causando dores de cabeça nos governantes, que tem de prestar contas com a ‘ordem externa’ e nos pais de família que ficam sem saber se no dia seguinte amanhecerão empregados ou nas estatísticas.

O fato é que quando ficamos desempregados, não perdemos só um emprego, a carteira assinada e coisas materiais. Muitas coisas etéreas são perdidas com o desemprego: a experiência de trabalhadores antigos, o círculo de amizades, o alívio de certos problemas caseiros e principalmente, como na música do saudoso Gonzaguinha, a sua honra também se perde, é como se deixássemos de ser homens, homens úteis, não sendo úteis, tornaríamos estorvos, inúteis, como mais uma peça na mão do capitalismo, que após usado à exaustão é descartada e jogada fora para vagar espaço para outro gad get.

Os empregadores do mundo de hoje se acostumaram à lei do mercado, não é para menos, até as nossas crianças também já se acostumaram e como os primeiros, aprenderam que vale mais a pena comprar outro objeto do que tentar investir naquele velho e usado, lucra-se bem mais em trocar uma peça desgastada, mas ainda de boa utilização, por outra bem baratinha e de preferência inventada, ou como na maioria das vezes copiadas de outro modelo, da indústria do consumo. Tem sido assim com bugigangas, com livros, com aparelhos domésticos, com bichos de estimação e, como prelúdio do fim de mundo, com as pessoas.

Ninguém mais investe em relações pessoais. É mais fácil desfazer o casamento, o que está acontecendo a cada dia mais cedo; acabar com a amizade; não prestar atenção nas calçadas cheia de indigentes para não se penalizar por demais e, por último, é bem mais lucrativo para os donos do capital mandar o empregado embora do que tentar cortar custos de produção e melhorar o gerenciamento, afinal de contas o empregado é apenas mais uma pessoa de tantas que existem no mundo super povoado, só mais uma peça na engrenagem, que está aí, mesmo só para dar lucro e se enferrujar deve ser, de fato, trocado por peça nova.

Infelizmente há no Brasil resquícios da época da escravidão, e nossos empresários agem como se vivessem naqueles tempos, também é muito compreensível, os pobres coitados lucravam muito e não pagavam pelo trabalho dos seus lacaios, hoje têm que pagar os malditos salários, deve doer bastante a lembrança da Lei Áurea.

Também dói para o trabalhador ser tratado como semi-escravo, pior ainda para aquele que nem isso é, é na verdade desempregado, como já foi dito, sem honra.

É inadmissível para o mundo atual, tão repleto de tecnologias, que ainda haja trabalho escravo, infantil e pior ainda desemprego.

Mostra que estamos tal qual caranguejos, andando para o lado em vez de sempre para frente, que com toda modernidade não conseguimos resolver alguns dos problemas que fazem da vida da maioria da população um ‘gargalo’, como: o desemprego que passa de dois dígitos nas nossas estatísticas; a fome que bate a casa de cerca de vinte e três milhões de brasileiros; a miséria que assola boa parte da nossa população e conseqüência de todos os outros, a violência.

A GEOPOLÍTICA DA REGIÃO DE BANGU - SEGURANÇA PÚBLICA

BANGU SÉCULO XXI: UM BAIRRO SITIADO PELA VIOLÊNCIA

Bangu e as Cercanias Perigosas

Mesmo aquele que não more nas cercanias do bairro de Bangu, nota que o bairro é (como a nossa própria cidade e como o mundo econômico do Norte-Sul) bastante dividido, de um lado temos algumas boas mansões de outro casebres e barracos, os ricos estão mais na parte sul do bairro, onde o povoamento é mais antigo e de gente um pouco mais abastadas, que veio para cá com o objetivo de morar num bairro tranqüilo.

Temos no bairro, um bom centro comercial e bancário, sendo que tudo isso cercado por várias comunidades: algumas abastadas; outras nem tão ricas como as de ocupação mais antiga, mas estabilizadas; outras ‘remediadas’ mas pobres, mas com razoável condição de sobrevivência; e muitas paupérrimas, pois é aí, nesta periferia do bairro que encontramos as comunidades mais sofridas, são, na maioria, extremamente pobres, algumas fazem lembrar cenas do Nordeste brasileiro, nos anos de secas eternas ou da África sub-saariana, com seus seres humanos esquálidos.

O entorno do bairro / comunidades carentes

No bairro de Bangu hoje em dia, vivem pessoas em várias comunidades carentes, muitas até bastante violentas, sendo as que têm número o maior incidência de miséria e criminalidade latentes, são as seguintes:

• Comunidade da Vila Moretti;
• Comunidade do Morro São Bento;
• Comunidade da vila Aliança;
• Comunidade da vila Kenedy;
• Comunidade da Carobinha;
• Comunidade do Catiri;
• Comunidade do Jardim Bangu;
• Comunidade da Vila Vintém (Padre Miguel);
• Comunidade do loteamento 77 (Padre Miguel);
• Comunidade do Conjunto Habitacional Dom Jaime Câmara.

A absoluta maioria dos cidadãos, que mora nessas comunidades, convive diretamente com a violência que assola nossa cidade, de forma direta, o que influencia na postura de vida (hábitos e atitudes) que adotam para poderem sobreviver e principalmente no desempenho escolar de suas crianças, que se vêem obrigadas até mesmo a abandonar a escola, principalmente quando estas comunidades entram em conflito uma com as outras devido aos desmandos do tráfico de drogas, que não permite que o cidadão saia de uma região para a outra, ferindo o direito constitucional de ir e vir e pela quase total ausência e conivência do Estado, que não toma atitudes verdadeiramente concretas contra estes desmandos.

Não por saudosismo, mas relembrando a ‘época áurea’ do bairro (dos anos 30 e 40, se prolongando não menos fulgurante até os anos 60 e decaindo um pouco pelos anos 70 e 80 – sempre sob a batuta das Dinastias ‘Silveira’ e ‘Andrade’, e pelo que colhemos nas pesquisas com pessoas idosas do bairro, moradores antigos, alguns, inclusive, cooperando com farta contribuição material (fotos e livros) e intelectual (relatos precisos de épocas ímpares da região) para este trabalho. Trabalho este, que faremos o possível para que seja repassado para os mais jovens no intuito de continuarmos mantendo sempre viva na memória a história deste bairro e de seu entorno, que tanto prezamos, para futuras gerações.

Esses sábios anciãos de Bangu contam que seus antepassados foram privilegiados em viver no bairro na época dos laranjais, que serviram de inspiração para o escritor José Mauro de Vasconcelos escrever um clássico da nossa literatura, o livro ‘Meu Pé de Laranja Lima’, quando os problemas atuais ainda não existiam, e a população era menos ‘selvagem’ e bairro decolava no rastro da Fábrica Bangu, em sua “Belle Époque” trazendo desenvolvimento e notoriedade ao local durante a era da família Silveira, que, de fato, melhorou bastante as aspirações sociais do bairro, bem como a qualidade de vida dos moradores.

Violência latente

De todos os bairros cariocas, não se tem dúvida, ser o de Bangu, o que mais sofre com a violência e o descaso, digo isso, porque todos os bairros da Zona Sul, alguns da Zona Norte, a Barra da Tijuca e o Centro da cidade, além de contarem com um razoável contingente policial, tem a seu favor a própria mídia, que está sempre com seus repórteres e câmaras em ação para documentar qualquer cena de bang bang que por acaso venha a ocorrer. Já Bangu e a Zona Oeste, esta, por sinal, é bem pouco apreciada pela mídia, ou por não render no ‘IBOPE’ ou por não ser um bairro tão nobre.

Devemos ressaltar que a própria história do bairro é marcada, no seu início, por um crime cometido por disputas de terras, algo comum hoje apenas nas regiões rurais e periféricas. O caso foi relatado como o assassínio do fazendeiro João Manuel de Melo, que era proprietário da fazenda e do engenho de açúcar que detinha o nome idêntico ao do bairro, Bangu, fazenda esta que fora comprada junto ao antigo dono e fundador Manuel Barcelos Domingues. Um crime que pode parecer estranho em se tratando de atualidade, mas no fundo a causa é sempre a mesma a luta por conquista ou manutenção de território.

Por sofrer a invasão populacional, que traz consigo ainda mais violência para o lugar que já a possui em número bastante elevado e em conseqüência aumentá-la ainda mais, tornando latente o estado de guerra urbana, é que podemos afirmar ser a localidade de Bangu um bairro sitiado, com direitos a toque de recolher decretados pelos “reis do pó” sempre que há guerras entre traficantes de quadrilhas rivais pela posse de territórios viáveis ao lucro, ou quando das inúmeras fugas dos diversos presídios e casas de detenção da circunvizinhança.

Observando o mapa da cidade do Rio de Janeiro, também notamos que o centro do bairro está limitados por outros bairros e municípios tão assolados por crimes quanto ele e alguns ainda bem piores, com maiores índices de criminalidade, perfazendo assim, um cinturão de violência e de tráfico de drogas que passamos a chamar, em alusão ao american way of life, de Drug Belt.

À oeste, Bangu se limita com o bairro de Senador Câmara (Sapo e Rebu), muito famoso pelos coletivos incendiados em dias de guerras costumeiramente; ao sul, próximo ao maciço da Pedra Branca, temos menos problemas devido a dificuldade geográfica proporcionada pelo ‘paredão’, que impede a migração criminosa dos bairros mais meridionais, inclusive esse conjunto de morro empresta seu nome ao bairro, como já dissemos, do tupi ‘Bangu, que significa anteparo negro’ em alusão à sombra que ele impõe sobre o vale onde o bairro se formou; indo para o leste, ainda sob nossa área de influência AP – 5 (Área de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro), 34ª, 33ª e 31ª DPs e das XVII e XXIII RAs, temos os, também bastante conhecidos por casos de violências de toda natureza, bairros de Padre Miguel e Realengo (Vila Vintém e Sete-sete), Magalhães de Bastos (Fumacê, Batan e Curral das Éguas), Ricardo de Albuquerque, Anchieta e Parque Anchieta, todos eles debaixo das asas do 14º Batalhão de Polícia Militar e da 8ª Área Integrada Segurança Pública; ao norte e a nordeste encontramos os locais mais complicados, Vila Moretti, Vila Kenedy (Metral), Catiri e Jardim Bangu, todos com índices bastante elevados de delitos grandes e pequenos; ainda ao norte, mas separado pelo maciço do Gericinó, temos Nilópolis e Nova Iguaçu, dois municípios da carente Baixada Fluminense, estes bastantes evidenciados pelos diversos tipos de crimes ocorridos: latrocínios, chacinas, lutas pela posse de terras, crimes políticos e queimas de arquivos.

Devido ao alto índice de crimes autóctones, como se já não nos bastassem os próprios da violência do bairro, como os causados pelo narcotráfico; temos acrescentada à nossa, a violência importada, pois o bairro de Bangu exerce efeito polarizador, fazendo com que pessoas dos bairros vizinhos migrem para cá, atraídas pela facilidade de transporte, vindo principalmente para comprar no comércio local e outras que vem mesmo no intuito de moradia, devido as condições de vida ainda não tão deterioradas do bairro em comparação aos demais da região, sendo que muitas delas não encontrando habitação a preço razoável, migram para a periferia sem infra-estrutura e dominada pelo narcotráfico.

Para piorar o quadro, segundo a Secretaria Municipal do Trabalho e a Escola Nacional de Estatística do IBGE, 55% dos jovens entre 15 e 24 anos que moram em favelas do Rio de Janeiro não estudam, não trabalham e já desistiram de procurar emprego. Estes jovens sem qualificação e à beira da mendicância, devido aos já precários laços familiares e econômicos, com certeza engrossarão as estatísticas da criminalidade futura, pois se tornam presas fáceis dos narcotraficantes da área, formando um enorme exército de reserva de mão-de-obra para o tráfico de drogas, some-se a estes dados a quantidade de reservistas das forças armadas que encontrarão um mundo globalizado e neoliberal aqui fora, serão, na maioria o Know How que faltava ao tráfico até bem pouco tempo atrás, suas táticas de guerrilha urbana e treinamento de selva serão bem vindos aos “barões do pó”.

Tão perto da criminalidade, tão longe da cidadania

No início de 2001, a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas (IPEA) realizaram um mapeamento da condição de vida dos moradores cariocas, segundo fatores sociais e econômicos. Através do IDH, Índice de Desenvolvimento Humano e do ICV, Índice de Condições de Vida, fizeram um mapeamento da riqueza e da pobreza carioca, um retrato adequado da nossa realidade, os índices vão de zero a um, sendo o bairro que mais estiver próximo do um, goza de melhores condições de educação, saúde, lazer, saneamento básico, etc. Como a distância de um dígito é muita curta, um décimo a menor tem valor significativo na interpretação dos dados dessa análise Geográfica Quantitativa.

Os números do IDH mostraram que no Rio de Janeiro existe uma dramática diferença social, por exemplo no topo da listagem, entre os bairros nobres da cidade estão: Lagoa, em 1º lugar, com IDH de 0,902; a Gávea em 2º com 0,896; Jardim Botânico em 3º, com 0,894; o Leblon em 4º, com 0,894 e a Barra da Tijuca em 5º, com 0,886. No lado inverso da tabela ficaram os primos miseráveis, a saber: Santa Cruz (rural), o pior de todos, com IDH de apenas 0,558; Acari, em penúltimo com 0,573; Complexo do Alemão, em antepenúltimo, com 0,587; Rocinha, com 0,591 e Complexo da Maré, com seus míseros 0,597.

Isso sim é um exemplo pragmático de desigualdade social, que ocorre bem debaixo dos nossos olhos e na maioria das vezes esquecemos de prestar atenção, talvez por conveniência, por hipocrisia ou por vergonha, como bem disse, Zuenir Ventura, uma cidade partida. Não façamos destas páginas ‘muro de Lamentações’, com choramingas e apelos para sensibilizar o governo, nem precisamos de outras formas de muros para sobreviver ao caos urbano da nossa cidade outrora maravilhosa, ou seja: de ‘muros Berlim’ ou ‘Muralhas da China’ como os condomínios já fazem veladamente.

Notamos que Bangu é a região onde há a maior quantidade de homicídios, mas também sabemos que a violência é um câncer generalizado e em metástase, pois vem se espalhando por todos os bairros cariocas, municípios limítrofes, outros estados, até mesmo nas cidades do interior, antes tidas como reduto do aconchego e da segurança.
Portanto não foi ao acaso que escolhemos falar de Bangu, ora, outros bairros cariocas já tem seus defensores ferrenhos, sejamos bairristas por um momento e lutamos por nossa região. Principalmente, pelos seus moradores que sofrem com a violência, pelos profissionais do ensino que precisam lecionar para alunos destas comunidades marcados pela cisão de valores morais, pelo pessoal da área médica que lida com o resultado final dessa violência, por muito mais...por isso, é bastante confortável escrever sobre o assunto e sobre a localidade, uma vez que observa-se diariamente a conseqüência e ouve-se por diversas vias que há uma contenda não declarada ceifando vidas jovens que poderiam estar produzindo para o progresso do país.

A GEOPOLÍTICA DA REGIÃO DE BANGU - QUALIDADE DE VIDA

Da calmaria de ontem, ao bairro sitiado pela violência

É com bastante pesar, que os moradores do bairro há mais de trinta ou quarenta anos notam, agora, toda essa qualidade de vida se deteriorando a cada dia, e por simpatizarem com este bairro e conhecê-lo bastante e também os seus arredores, é que são o melhor ‘termômetro’, quando o assunto é a violência que sitia o bairro e tolhe os seus movimentos.

Além disso, por praticamente, conhecerem bem de perto os problemas sociais do lugar, que se iniciaram mais ou menos por volta de trinta anos, sendo que destes, de dez anos para cá a localidade tem se deteriorado ainda mais, devido a motivos variados a saber: nas cercanias da antiga estação ferroviária de Padre Miguel, com o tráfico de drogas intenso e incessante; nas demais estações da região, Guilherme da Silveira, tráfico de drogas e michetagem; Bangu, gangs de jovens violentos e meninos de rua; Realengo, com homossexuais e prostitutas que fazem ponto nas imediações dos quartéis e estação ferroviária; e Senador Camará, com meninos e meninas de rua que se dão ao desfrute em troca de esmola para a compra de cola de sapateiro.

É possível, se dispuser de algum tempo, observar as características primordiais de cada um desses sub-bairros da região, o que nos mostram de bom ou de ruim e a dura realidade em que vivem muitos de seus cidadãos, que em sua maioria, nem ao menos conhecem seus direitos.

Isso porque muitos moradores contam, que chegaram a usufruir da calma do bairro. Por várias vezes, era possível para eles, explorar os arredores semi-virgens do local, indo longe, às vezes em direção ao norte, onde ficavam as lagoas, no Gericinó, de onde só podiam ser expulsos se fosse pelos soldados do exército. Hoje neste lugar estão algumas ‘novas’ comunidades como o Jardim Bangu e o Catiri, e para visitar o Gericinó aconselha-se que se vá em grupos, pois tem muito vagabundo por lá à espreita de vítimas em potencial, meliantes estes, que em geral vêm de municípios vizinhos limítrofes, como Nilópolis e Nova Iguaçu, do outro lado do maciço.

Quando mudavam de direção, indo para sudoeste, passando pelos sítios daquela época, chegando, depois de atravessar muita mata, barro e pés de jamelão ultrapassava-se até o local onde hoje se encontra o centro do bairro, muitas das vezes alcançando o maciço da Pedra Branca, e o Morro do Sandá, mas mesmo naquela época, dizem, já era por demais perigoso avançar dali e perder o rumo de volta, uma vez que ainda eram locais muito selvagens e ali, antes da quase total extinção da mata, havia jaguatiricas, cachorros e porcos do mato, que ainda hoje de vez em quando aparece uns gambás e gatos do mato para comer galinhas criada em algumas casas e revirar o lixo dos moradores.

Educação, religião, lazer e Saúde

Em 1901 foi construída uma escola no Marco Seis, e em 1905, outra, sendo esta pela Fábrica, uma pequena escola para funcionários e os filhos destes, dirigida pela professora Angelina Belota Moreira. Em 1904, também construída pela Companhia, temos a primeira Igreja da região, na rua Estêvão, a Igreja de Santa Cecília e São Sebastião, hoje a Igreja de Santa Cecília se localiza próxima a rua Cônego de Vasconcelos, na Praça da Fé.

O primeiro cinema local foi o Ludovico Gregorowsky, construído em 1909, depois vieram o Vitória, o Hermidas e o Matilde, vale ressaltar que hoje em dia, em pleno século XXI, não temos mais nenhum cinema na região o que é um absurdo e uma tremenda falta de visão capitalista.

Em 1904 é fundado o clube de futebol do bairro, o Bangu Atlético Clube, em 1911 e 1914 o Bangu foi o campeão da Segunda divisão do futebol carioca. Em 1933 foi o primeiro campeão profissional de futebol do Rio de Janeiro, uma vez que as edições anteriores foram realizados pela Liga ainda amadora de futebol.

O Bangu só voltaria a ser campeão novamente em 1966, com um forte time formado pelo seu patrono Castor de Andrade, do qual falaremos mais adiante. Em 1947 inaugurou-se o seu estádio de futebol, o Estádio Proletário de Moça Bonita, construído também pela Companhia na localidade de Guilherme da Silveira, sub-bairro da região, em outro capítulo falaremos de detalhes do clube e da sua brilhante história razoavelmente recente.

A Companhia Industrial do Brasil também construiu o Hospital Guilherme da Silveira, em homenagem em vida, ainda, para esta figura destacada da sociedade banguense que se importava bastante com a saúde dos moradores, não era para menos, a grande maioria era empregado da fábrica e não era de bom grado que adoecessem e desfalcassem o numerário dos trabalhadores fabris.

Em 1903, há a criação de duas agremiações carnavalescas no local, a Flor da Lira e a Flor da União, ambas já extintas há muito tempo, mais foram a premissa para a vinda de escolas como a Unidos de Bangu, Unidos de Padre Miguel e finalmente (e não necessariamente nesta ordem) a Mocidade Independente de Padre Miguel, da qual também falaremos em outro capítulo mais detalhadamente.

A configuração atual do bairro conta com boa estrutura de saúde e educação, se estes serviços são de péssima qualidade, isto não se dá por falta de estrutura física ou material, pode ser pela política de saúde e educacional brasileira, que não leva em conta os vários e diferentes contextos em que se situam seus cidadão. Por exemplo, há na região a seguinte quantidade de escolas, segundo o Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro de 1995.

• Escolas Públicas e Particulares:

- Bangu => 55 escolas públicas e 39 escolas particulares;
- Padre Miguel => 23 escolas públicas e 14 escolas particulares;
- Realengo => 42 escolas públicas e 37 escolas particulares;
- Senador Camará => 20 escolas públicas e 15 escolas particulares;
- Total da Região => 245 estabelecimentos de esnsino.

Em relação aos estabelecimentos de saúde, segundo a mesma fonte temos os seguintes dados.
• Estabelecimentos de Saúde Públicos e Privados (computados juntos):

- Bangu => 18;
- Padre Miguel => 6;
- Realengo => 9;
- Senador Camará => 4;
- Total da Região => 37 estabelecimentos de saúde.

Para uma enorme população, como temos nesses bairros, poderíamos até achar insuficiente, mas quando observamos o exemplo de Cuba, onde há projetos de educação e saúde itinerante e voluntárias, como projetos de alfabetização de adultos e idosos de casa em casa e médicos e agentes de enfermagens que fariam uma espécie de consulta em domicílio, preventivamente.

Vemos que na verdade não nos falta espaço material e sim vontade política para resolver os gargalos, que se nos apresentam na saúde e educação brasileira.

Observe o gráfico a seguir e reflita sobre a condição de vida dos moradores destas áreas e perceba que deveras estamos abandonados à própria sorte e à mercê dos desmandos do banditismo, tendo sempre em mente que, enquanto não houver uma verdadeira política de erradicação da fome e da miséria, não serão raros os casos gritantes de famílias que vivem na mais absoluta pobreza nos grande centro urbanos e no nosso caso brasileiro, em especial, esta linha de miséria já está se expandindo para além das cidades:

Bairros/Quesitos:

Superfície ( Km ²)
- Bangu 45,35
- Senador Camará 16,28
- Padre Miguel 5,21
- Realengo 26,35

População (habitantes)
- Bangu 226.389
- Senador Camará 100.409
- Padre Miguel 62.287
- Realengo 172.433

Densidade demográfica (habitantes por Km2)
- Bangu 4.991,5
- Senador Camará 6.165,8
- Padre Miguel 11.956,9
- Realengo 6.543,7

Renda média mensal (sal. Mín.)
- Bangu 2,9
- Senador Camará 2,5
- Padre Miguel 2,7
- Realengo 3,1

Escolas Públicas
- Bangu 55
- Senador Camará 20
- Padre Miguel 23
- Realengo 42

Escolas Particulares
- Bangu 39
- Senador Camará 15
- Padre Miguel 14
- Realengo 37

Estabelecimentos de Saúde
- Bangu 18
- Senador Camará 4
- Padre Miguel 6
- Realengo 9

Praças e parques
- Bangu 94
- Senador Camará 33
- Padre Miguel 19
- Realengo 39

Favelas
- Bangu 25
- Senador Camará 9
- Padre Miguel 3
- Realengo 17

Linhas de ônibus
- Bangu 64
- Senador Camará 28
- Padre Miguel 56
- Realengo 61

Índice de alfabetização (%)
- Bangu 91,8
- Senador Camará 88,4
- Padre Miguel 92,2
- Realengo 93,3

Fonte: Atlas Geográfico da Cidade do Rio de Janeiro.
SME/SMU/Instituto Pereira Passos (com adaptação)

Precisamos, sim, de novas idéias, contrapostas a reafirmação desses antigos ideais.
O IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, tem por finalidade medir principalmente as condições de saúde e longevidade, o acesso ao conhecimento e aos recursos monetários de uma determinada população. Associado a ele também é analisado o ICV, Índice de Condições de Vida, que por sua vez mostra as condições habitacionais, acesso ao trabalho e o desenvolvimento infantil.

Em relação aos países do mundo em 2001, o Brasil alcançou 0,792 pontos, em posição intermediária na tabela de desenvolvimento, não ficando sequer na frente de países pobres da América Latina e mesmo de países da África, mas nesse caso a África do Sul, que é um país bem gerenciado, apesar de conflitos raciais velados.
A cidade do Rio de Janeiro ficou, meio que ‘assim...assim’, ocupando um até que honroso, 5º lugar no Brasil, com IDH de 0,766, atrás de Brasília em 4º, São Paulo em 3º, Curitiba em 2º e Porto Alegre em primeiro lugar, o que demonstra que ainda temos um longo caminho a trilhar em se tratando de qualidade de vida e direitos básicos do cidadão, a pesquisa desta vez, também abrangeu os bairros cariocas.

Observando a tabela abaixo podemos ter uma idéia de como vive as comunidades em derredor do bairro de Bangu, que estão, na maioria, em posição intermediária em relação aos demais bairros cariocas, está certo que não se tem aqui aberrações como na zona rural de Santa Cruz e em Acari, mas estamos, ainda, bastante abandonados pelo poder público, compare os dados:

Índice de Desenvolvimento Humano e
Qualidade de Vida (IDH E ICV) – Região de Bangu

Bangu Sul 0,702
Realengo Sul 0,700
Bangu Central 0,699
Padre Miguel 0,679
Realengo Norte 0,660
Vila Aliança 0,652
Senador Camará 0,650
Vila Kenedy 0,629

Fonte: IPEA e RDH - 2001 (Adaptado)

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